trupés, parcelas e pífanos

Hoje foi dia de aprender a fazer pífanos. Esta flauta ficou muito conhecida no nordeste brasileiro através das bandinhas que além desse instrumento de sopro tinham também o acompanhamento da zabumba, triangulo, caixa e em alguns casos, pandeiro, reco reco e agogô. A bandinha de pífano que teve maior destaque nacionalmente e de certa forma mundialmente, já que viajaram o mundo inteiro com sua arte, foi a banda de pífanos de Caruaru. Depois dela muitas outras seguiram os seus passos e hoje encontramos em toda a região nordeste. O "pif" como é normalmente chamado era muito apreciado por Lampião e seu bando que dançavam xaxado ao som do baião vindo das bandinhas que tinham a difícil missão de diverti-los. Originalmente os pífanos surgiram no oriente (tudo indica que na China), mas isso pode ser relativo já que encontramos registros deste instrumento em quase todas as culturas indígenas do mundo. Os pífanos sempre foram fabricados artesanalmente com o bambu, planta encontrada em praticamente todo o mundo e após serem devidamente furandas com ferro quente transformam-se em melódicos instrumentos musicais. Infelismente o bambu e seu cultivo estão ficando raros por vários motivos, inclusive ambientais. Do mesmo geito que a feira de Caruaru se transformou com a modernidade sem deixar de ser quem ela é, as bandinhas de pífano também se transformaram para que não acabassem sendo engolidos pelo tempo. Passaram a ser feitos com um material muito acessível, simples de ser manuseado e de custo muito baixo: O cano de PVC. Encontrados em qualquer lugar e de material maleável foi uma grande opção que a força do povo encontrou. Na aula de hoje os alunos aprenderam a confeccionar um pífano com estes materiais: Um pedaço de cano (de 1/2 ou 3/4 dpendendo da espessura do dedo de cada um), uma sandália de borracha velha (para a vedação), uma tesoura, régua e uma furadeira para agilizar os trabalhos, mas todos aprenderam como fazer sem o auxílio de equipamentos elétricos. O processo foi descrito passo a passo em postagens anteriores.

Durante o período da tarde os alunos da turma 11 aprenderam o trupé e a parcela nas aulas de côco. Foi uma folia grande ver todo mundo com o tamanco no pé a a missão de tirar o som correto. O côco é um folguedo maravilhoso de carater dançante e muito comum em todo o nordeste, merecendo destaque o grupo "Côco Raizes de Arcoverde", cuja inspiração é inegável. Não é fácil, mas também não é difícil. Basta praticar e se entregar a esta dança tão rica e revigorante.